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Rodoshopping: Edson Magalhães convoca coletiva e não comparece para explicar decisão

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O embarque e desembarque exclusivo dos ônibus intermunicipais e interestaduais na nova rodoviária de Guarapari (Rodoshopping) serão mantidos.  Um decreto que estabelece essa regra foi anunciado na manhã desta quarta-feira (07) pela Prefeitura do município. O prefeito da cidade, Edson Magalhães, não compareceu ao evento e enviou representantes para falar do assunto.

O documento será publicado até a próxima semana e estabelece que todos os ônibus que circulam na região deverão ser direcionados para a rodoviária a fim de não comprometer o tráfego de veículos dentro da cidade. O acordo também prevê pontos de parada fora da rodoviária: Meaípe e Setiba. Mas os ônibus não passarão por dentro da cidade e os usuários terão que pagar taxa de embarque que ainda será definida.

A presidente da Associação de Moradores da Praia do Morro, Fátima Fonsêca, vê com preocupação as mudanças do transporte no município. “Os moradores do bairro são, em sua maioria, aposentados, de 65 anos, e pouco usam o transporte público. Porém, vemos com preocupação essa mudança pois pode afetar a vida de quem trabalha na Praia do Morro e na cidade como um todo. Certamente, as saídas dos bairros de origem ficarão dificultadas e haverá mais custo para o usuário”, diz.

A Prefeitura de Guarapari, informou que as mudanças no embarque e desembarque de passageiros dos ônibus interestaduais e intermunicipais foram definidas após várias reuniões com os diversos órgãos envolvidos na questão: Ministério Público, Departamento de Estradas de Rodagem (Der) e Rodoshopping. Informou ainda que foram apresentadas diversas propostas, chegando ao acordo da atual configuração, seguindo o exemplo aplicado em outros municípios do país.
De acordo com a Prefeitura, após o início das mudanças no embarque e desembarque de passageiros, um estudo técnico será feito para acompanhar as mudanças e realizar alterações, caso seja necessário.
“Estudos técnicos serão feitos ao longo dos primeiros seis meses de mudança e poderá haver alteração, caso seja constatada deficiência nos itinerários”, disse o Secretário Municipal de Projeto e Empreendedorismo, Edgar Bhele.

Entenda o caso

Antigo sonho da população de Guarapari, a nova Rodoviária da cidade foi inaugurada no final de 2015. Destino turístico que recebeu mais de um milhão de visitantes no verão de 2017, o principal balneário capixaba sempre conviveu com problemas estruturais, entre eles, a falta de uma rodoviária moderna que atendesse o grande fluxo de passageiros no período do verão.
População foi às ruas em 2016 contra decreto que determina parada exclusiva dos ônibus no Rodoshopping.

Principal tema de discussão entre os candidatos a prefeito do município durante a eleição de 2016, a rodoviária sempre foi tema eleitoral na cidade. Exemplo disso foi o processo eleitoral de 2008, quando o os candidatos a prefeito Rodrigo Chamoun e Edson Magalhães prometiam que solucionariam o problema.

Na época, Edson Magalhães foi vencedor no pleito e, no final do seu mandato, no mês de dezembro, depois de dois processos licitatórios sem que interessados aparecessem, assinou o contrato com a Construtora e Incorporadora Telavive, responsável pela construção e administração do novo terminal rodoviário.

População foi às ruas em 2016 contra decreto que determina parada exclusiva dos ônibus no Rodoshopping.

O contrato, assinado em 2011, previa que os ônibus parariam exclusivamente na nova rodoviária, mas o documento não foi cumprido durante a gestão do ex-prefeito Orly Gomes e uma nova negociação ficou a cargo do atual prefeito Edson Magalhães. A novela parecia ter terminado quando o prefeito Orly Gomes, apoiado por Magalhães, inaugurou o Rodoshopping no final do ano de 2015. Mas foi depois da inauguração que líderes comunitários se manifestaram contrários a cláusula do contrato que previa exclusividade de parada dos ônibus na rodoviária.

Com o impasse levantado durante audiências públicas de conciliação, provocadas pelo Ministério Publico, a Prefeitura de Guarapari não assinou o decreto que obrigava os ônibus a pararem exclusivamente no Rodoshopping. O motivo foi o questionamento da constitucionalidade da cláusula contratual. O assunto foi tema dos debates eleitorais durante as eleições municipais de 2016 e aguardava decisão da justiça.

 

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