Política em um minuto – 16/12/2020
O Parlamento Forte, movimento criado com o argumento de que era necessário o fortalecimento do legislativo de Guarapari, formado por 11 dos 17 vereadores que compõem a Câmara, conseguiu reeleger apenas um dos seus integrantes, o vereador Zazá.
Em uma análise superficial fica a impressão de que os eleitores reprovaram o trabalho desenvolvido pelo Parlamento Forte. Mas, esse é apenas um ponto de vista. Se observarmos os números da eleição em Guarapari vamos constatar que dos 11 vereadores, quatro resolveram alçar voos mais altos e não disputaram a reeleição.
Fernanda Mazzelli (Republicanos) e Oziel de Souza (PSC) se candidataram a prefeito e, Dr. Rogério (DC) a vice-prefeito na chapa de Carlos Von (Avante). O vereador Clebinho Brambati (PTB) decidiu não tentar a reeleição. Sendo assim, quatro vereadores não foram testados. Dos sete que tentaram a reeleição, um foi reeleito, vereador Zazá (Podemos), e seis não se reelegeram. São eles: Enis Gordin (PSB), Lennon Monjardim (Podemos), Paulina (PP), Gilmar (Republicanos), Thiago Paterlini (Podemos) e Grijó (PDT). Dos seis não reeleitos, três tiveram uma votação superior a vereadores que se elegeram e por causa do sistema eleitoral, não obtiveram a vaga pela baixa votação dos respectivos partidos. Vamos analisar cada caso:
Enis Gordin
Atual presidente da Câmara, Enis Gordin representa claramente os vereadores que possuem votos, mas não conseguiram se reeleger. Dono de uma votação superior a mil votos, Enis se filiou ao PSB acreditando que o partido faria dois vereadores. Contrariando os analistas políticos da cidade, o PSB decepcionou e só elegeu um vereador, o que fez com que Enis Gordin fosse o 8° mais votado e, mesmo assim, não conquistou uma das 17 vagas.
Lennon Monjardim
O vereador conseguiu ser o 12° mais votado da cidade, mas seu partido só conseguiu votos suficientes para eleger um vereador. Desta forma, mesmo sendo aprovado nas urnas, Lennon foi reprovado na matemática eleitoral.
Marcos Grijó
Vereador combativo, Grijó também foi derrotado pela matemática eleitoral. Nas urnas recebeu 841 votos, mas seu partido, que em 2016 elegeu três vereadores, dessa vez só conseguiu eleger um. Grijó também foi aprovado pelos eleitores, mas derrotado pela legenda do PDT.
Thiago Paterlini
O vereador Thiago Paterlini trocou o MDB pelo Podemos por acreditar que a possibilidade de se reeleger seria maior. O Podemos elegeu apenas um vereador e Thiago disputava a vaga com Zazá, Lennon e Benigno Maioli. Com uma votação de 651 votos, Thiago não conseguiu se reeleger, mas superou em números cinco vereadores eleitos. Por isso, Thiago Paterlini também pode se considerar aprovado pelos eleitores, mas por ter escolhido o partido errado, não conquistou a vaga. Se tivesse se filiado ao PP, Thiago teria conquistado a reeleição.
Gilmar Pinheiro
O vereador Gilmar decidiu abrigar no seu partido Republicanos aliados do deputado Carlos Von. Entre esses aliados, Gilmar recebeu Rodrigo Borges e foi justamente ele quem tirou a vaga de Gilmar. Se Rodrigo não fosse filiado, Gilmar seria o mais votado e teria conseguido a reeleição.
Paulina
A vereadora Paulina, junto com seu filho e conselheiro Sávio, são conhecidos por montarem partidos competitivos e por sempre elegerem vereadores. Dessa vez não foi diferente. Paulina conseguiu eleger dois vereadores e por uma diferença de 19 votos acabou perdendo a vaga para um companheiro de partido.
Qual o saldo?
Se o modo eleitoral no Brasil privilegiasse os mais votados no geral, dos sete vereadores do Parlamento Forte que disputaram a reeleição, quatro estariam reeleitos. Como aprendizado fica: verifique o quadro de candidatos de cada partido antes de escolher onde vai se filiar. O grande erro dos vereadores que compõem o Parlamento Forte foi escolher o partido errado para disputar a reeleição.
Por Jornalista Marcelo Paranhos