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Jornalistas discutem sobre influência das Fake News nas eleições

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A Influência das Fake News nas Eleições foi o tema do debate público realizado na manhã desta quarta-feira (12/09), no auditório I da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo (Sindijornalistas-ES) e pela Associação dos Defensores Públicos do Estado do Espírito Santo (Adepes) com o apoio da Escola do Legislativo e da Ales.

O debate foi mediado pelo coordenador geral do Sindijornalistas-ES, Douglas Dantas, pelo presidente da Adepes, Pedro Paulo Coelho e contou com a participação da defensora pública Gabriela Larrosa de Oliveira.

O jornalista e pós-doutor em Comunicação Sérgio Denicoli e o mestre em História, professor universitário e secretário da ONG Transparência Capixaba Rafael Simões discorreram sobre o assunto.

Para o professor Rafael Simões, as fake news são boatos que existem há muitos séculos. “Fake news são os rumores e boatos que existem desde o Império Romano. Antes era oral, escrito, impresso e agora que é digital a disseminação é muito mais rápida. O individualismo e a demanda por retorno instantâneo colaboram também. As fake news impactam a nossa percepção sobre os fatos. É uma febre, uma parte de um corpo social e o que está por trás disso são as crises, a desconfiança das instituições públicas e privadas”, afirmou Simões.

O pós-doutor em Comunicação Sério Denicoli apresentou alguns dados e falou sobre a importância do assunto e a influência do viral. “É importante debater esse tema, pois hoje além de estar na mídia, é preciso estar na internet e nas redes sociais. As estratégias utilizadas nas redes têm força porque há influência das pessoas em opiniões e comportamentos em grupo. Perfis de interferência influenciam no debate eleitoral”, afirma.

Denicoli afirma ainda que as redes são grupos, chamados de bolhas e que o comportamento é emocional. “As redes sociais são emocionais, há formação de bolhas e quando bolhas com ideias diferentes se encontram, há atrito e agressividade”, disse Sérgio Denicoli.

O coordenador do Sindijornalistas Douglas Dantas falou sobre o papel do jornalistas. “É importante fortalecer sobre esse debate dentro do jornalismo, pois não se pode confundir e nem tentar modificar a notícia. O jornalista tem um papel fundamental na desconstrução dessas inverdades”, disse Douglas.

Para a defensora Gabriela Larrosa, as fake news estão ligadas à falta de memória histórica e ao discurso fácil. “A falta de memória histórica, de educação e o discurso que se vende fácil colaboram para as fake news. É preciso ter acesso à informação de qualidade, investir na preservação da memória histórica e entender que as coisas precisam de tempo para serem efetivadas”, disse Gabriela.

Pedro Paulo Coelho, presidente da Adepes falou sobre a dificuldade de regulamentação. “O Direito tem dificuldade de regulamentação e controle. Há um Projeto de Lei tramitando no Senado e que prevê detenção de seis meses a dois anos para quem divulgar notícias falsas, mas ainda não foi aprovada”, disse Pedro Paulo. O PL n°473 de 2017 altera o Código Penal para tipificar o crime de divulgação de notícia falsa e estabelece pena de seis meses a dois anos de detenção no caso da simples divulgação “fake news”.

Ao final, os participantes puderam fazer perguntas e colocações sobre o tema e os expositores deram dicas para identificar notícias falsas como conteúdos superficiais, exagerados e sem ouvir os dois lados dos fatos. É importante reforçar que não se deve compartilhar conteúdo inverídico uma vez que isso colabora para sua disseminação.

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