Coluna: E aí, eleitor: é fake ou não é?
As próximas eleições municipais só acontecem em outubro de 2024, mas é em 2023 que os prefeitos precisam construir uma imagem na mente do eleitor e assim conseguir um caminho mais tranquilo até a reeleição.
Lorenzo Pazolini, em Vitória, Euclério Sampaio, em Cariacica, Arnaldinho Borgo, em Vila Velha, Sérgio Vidigal, em Serra, Wanderson Bueno, em Viana e Gilmar Borges, em Fundão, precisam convencer os eleitores que merecem continuar o trabalho que estão desenvolvendo. Apenas o prefeito de Guarapari, Edson Magalhães, está no segundo mandato consecutivo e, por isso, não vai participar da disputa em 2024.
O prefeito e as 4 etapas do discurso
Normalmente um prefeito segue uma cartilha que consiste em dividir o mandato de quarto anos, em quatro etapas caracterizadas por discursos roteirizados por assessores de comunicação. São elas:
1° ano: “Estamos arrumando a casa”. Esse discurso é usado no primeiro ano com objetivos muito claros que vão desde desconstruir o trabalho realizado pelo antecessor, ganhar tempo para a população esquecer as promessas mirabolantes de campanha, revisar contratos com o objetivo de cancelar as licitações feitas pelo antecessor e realizar novas licitações favorecendo os amigos da atual administração.
2° ano: “hora de avançar”. Essa etapa consiste em dar ordens de serviço com o objetivo de mostrar trabalho à população e assim eleger aliados nos cargos de deputado, senador e governador.
3° ano: “Estamos trabalhando”. Etapa que consiste em visitar obras para mostrar à população que a administração está trabalhando. Nesse momento, também são realizadas promessas mirabolantes que não podem ser realizadas dentro do primeiro mandato com o objetivo de cativar o eleitor e preparar o terreno para o discurso de reeleição.
4° ano: “o trabalho não pode parar”. Com o objetivo de provocar o medo na população de que as obras vão parar se o prefeito não continuar o trabalho, essa etapa consiste em movimentar os canteiros de obras para a população ter a impressão de que falta pouco para o sonho da comunidade ser realizado.
Como identificar a boa publicidade e evitar ser enganado pelas promessas que não podem ser cumpridas?
A partir da próxima semana, vamos publicar uma coluna semanal acompanhando as redes sociais das prefeituras da Grande Vitória com o objetivo de identificar se o que o gestor está divulgando/prometendo é factível ou se faz parte de uma estratégia de marketing para encantar a população e conseguir se reeleger.
O material divulgado pelas prefeituras em suas redes sociais será analisado, pontuando o discurso construído pelos prefeitos, identificando os signos utilizados com objetivo de iludir o eleitor.
E aí eleitor: é Fake ou não é? uma coluna com o objetivo de fiscalizar como os prefeitos se comunicam com a população.
Por:
» Marcelo Paranhos é jornalista, consultor de Marketing, com 30 anos de experiência em campanhas eleitorais.
» Stéphane Figueiredo é publicitária, mestre em Comunicação e Territorialidades, com experiência de 10 anos em campanhas eleitorais.