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Coluna “O Ser e a Lei” – A Educação vista e revista

O conceito de educado, no contexto social, é composto por alguns ingredientes: posição social; situação econômica; grau de estética física; profissão; coisas a oferecer; etc.

Educado, consequentemente, é o indivíduo possuidor dos apetrechos que a própria sociedade moderna estabeleceu, fazendo, com isso, existir uma linha divisória marcante entre os seus integrantes. Claro e evidente que, os pais, impulsionados pelos gozos da matéria, direcionam os filhos para padrões de conduta que evidenciem tais instrumentos, pois, entendem, na sua grande maioria, que o ‘ter mais’, levará os mesmos aos patamares da tão almejada felicidade.

Mas, vejamos algumas estatísticas desta sociedade que se diz tão educada:

1) elevado índice de separações de casais;

2) muitas famílias desestruturadas;

3) 70 mil assassinatos por ano;

4) elevado índice de violência contra mulheres e crianças;

5) elevado e crescente uso de drogas;

6) elevadíssimo consumo de bebidas alcoólicas;

7) 50 mil mortes por ano em acidentes de trânsito;

8) elevadíssimo índice de corrupção no setor público;

9) ausência de Educação com elevado número de descumpridores das leis morais.

Será que diante de tão horripilante quadro podemos afirmar que os conceitos sobre o verdadeiro HOMEM estão corretos? Será que defronte de tantos desajustes sociais, de tantos e tantos problemas que temos, causados pelos próprios cidadãos, oriundos das famílias, das escolas, podemos afirmar que somos uma sociedade cumpridora dos deveres? Que buscamos a paz? Que objetivamos o progresso?

Quantas famílias que se envaidecem ao assistirem os seus filhos crescerem, estudarem, formarem-se nas Universidades, casarem, e, quantas que, pouco tempo depois, passam a viver dramas terríveis com separações violentas, angustiosas, com os vícios que não tinham conhecimento, com os procedimentos que estavam escondidos?

Quantos de nós somos empurrados por todos os lados para desfrutar somente os gozos da matéria, os prazeres do corpo, quase que escravizados, deixando secar o lado espiritual, dos valores intrínsecos da alma, das virtudes do verdadeiro amor fraternal, da solidariedade, do respeito e do bem querer?

Temos sidos forçados a cultivar os valores do egoísmo, da vaidade exacerbada, da busca infernal da fortuna, do vil metal, como também, somos tomados pela mídia dos maus costumes, dos filmes, programas e novelas que se caracterizam pelas paixões da fantasia e da alegoria da ilusão, que, quando vividas com assiduidade levam-nos aos labirintos da escravidão dos remédios, das drogas, dos comportamentos inadequados, dos conflitos psicológicos, da depressão, dos crimes.

Assistimos, no painel social, muitos indivíduos bem vestidos, estudados ocupando média posição na comunidade, aparentando ser intelectuais, que, quando sozinhos ou na intimidade do lar, ou no trânsito, são manifestas feras, praticando atos de extrema violência e crueldade, verdadeiros arquitetos do mal.

Tudo que se fez até o presente tem mostrado que não estamos no caminho correto. Se procuramos uma vida de progresso, de harmonia, de paz, OUTROS MODOS de vida devem aparecer, buscando-se novos valores, cultivando-se novos métodos de convivência, de lazer, onde não haja mais a amargura dos atos ilícitos, o medo dos criminosos, a astúcia dos corruptos, o engano dos dirigentes e das autoridades.

Não precisamos mudar de planeta, na busca de momentos melhores. Mas, sim, modificarmos as nossas mentalidades, atitudes, ideais, gostos, planejando para o nosso futuro, ambientes condizentes para um verdadeiro ser humano, humanizado e civilizado, deixando, de vez, as irracionalidades.

Daí evidenciar-se a busca de novos tesouros, olhando-se o homem como um ser eterno, que está de passagem nesta escola terrena, burilando-se e preparando-se para uma vida espiritual positiva, sem dívidas com o passado, sem frustrações com os semelhantes, sem traumas com a própria consciência.

Haverá necessidade de uma visão profunda da educação do homem terreno, observando-se o cultivo das verdadeiras virtudes, que engrandecem o lado moral e ético, e, ao mesmo tempo, um trabalho eficaz na eliminação das inclinações ilícitas, da violência e dos maus costumes. Trocando-se, ao longo dos tempos, as ideias perniciosas, antissociais, pelas belezas dos bons atos, dos procedimentos construtivos.

A educação deve ser olhada como um processo social, com base na intimidade do ser, objetivando o modelamento dos caracteres da perfeição, das posturas comportamentais, onde cada um deverá, com o tempo, somente fazer o que lhe for lícito o que lhe for permitido, e, principalmente, que não venha a agredir os direitos dos semelhantes.

O processo é integrado por três partes: o educador; o educando; e o ente público. O educador é todo aquele que se encontra na posição de ensinar ou passar alguma coisa para outrem, ou melhor, ser um competente guia, mostrando o caminho correto da vida. Enquadram-se aí os pais, professores, profissionais, funcionários públicos, autoridades e religiosos. Todos que estão sendo olhados, observados, ouvidos, lidos, exemplificando estão de alguma forma educando.

O educando é todo aquele que está para receber conhecimentos. Que precisa se alimentar do mecanismo das coisas, dos procedimentos, seus modos e meios de funcionamento. Deve estar preparado para esse aprendizado, desde a alimentação biológica do seu corpo e cérebro, até os meios de comunicação e anotação.

O ente público  – federal, estadual e municipal – pela norma Constitucional deve garantir toda a execução do processo educacional, zelando pela qualidade total de toda a tarefa.

Todos são, com efeito, atores responsáveis pelo processo sublime da educação!

Até então, a maioria da sociedade, numa caminhada cômoda, entende que a obrigação de educar é restrita às escolas. Grande e grave engano! A educação, como um conjunto de hábitos de um indivíduo, deve e precisa ser exercitada em todos os momentos de nossa vida. Seja no convívio do lar, do trabalho e do lazer.

O Educador, que na verdade somos todos, não deve ser falso, somente aparentando ‘ser’ quando diante dos outros, quando investido na posição de autoridade, mas, essencialmente, ter assumido este compromisso internamente, no interior de sua mente, de seu coração, de onde, efetivamente, saem as suas vontades, desejos e idealizações. Bons pensamentos, bom coração, indubitavelmente, terão boas ações, bons procedimentos e  positivas decisões.

Educado, na realidade, é aquele que já se educou por dentro!

Somente passaremos a ser e a ter homens e mulheres mais serenos, cumpridores dos deveres, felizes, sob o ponto de vista verdadeiro do termo, quando todos iniciarem o trabalho dentro de cada um, depois em grupo e, finalmente na sociedade, como um todo.    Quando buscarmos os efetivos valores da vida terrena, respeitando as leis da natureza, os códigos humanos universais, e, fundamentalmente só fazendo com o semelhante o que desejamos para nós.

Somente quando o homem humanizado, objetivar o seu progresso com o progresso do seu próximo é que estaremos deixando de lado as mazelas do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da corrupção, e, almejando uma sociedade digna, respeitosa, iluminada pela probidade, pela solidariedade, fraternidade, eminentemente sadia.

Ainda temos saída! Claro que sim. Deus, o criador de tudo e de todos, oferece sempre oportunidades. A primeira oportunidade foi com Moises, ou seja, cumprir os mandamentos; a segunda com Jesus – Guia e Modelo -, através de Mateus, Marcos, Lucas e João; e a terceira com as Cinco Obras Básicas do Espiritismo – Allan Kardec.  E, também, cumprindo rigorosamente as leis vigentes no Estado Democrático de Direito.

Portanto, podemos pais, professores, religiosos, autoridades civis e militares, segmentos políticos, industriais e comerciais, enfim todos atentarmos para a educação de cada um, dos nossos familiares, semelhantes, com dedicação, com firmeza, seriedade e rigor, e, especialmente com exemplos construtivos.

Precisamos, urgentemente, alterar os nossos modos de pensar e de agir, para que possamos evitar o caos social, e, edificarmos uma sociedade bonita por fora, forte por dentro.

dr. marcelo

Marcelo Paes Barreto

Defensor Público Estadual desde 1978, Advogado, Professor Universitário desde 1979, Articulista, Rotariano, Espírita. Pós-graduado em Direito Civil e  Penal e Psicopedagogia. Vice-Presidente e Diretor de Doutrina da Federação Espírita do ES de 1992 a 1995. Presidente da Feees por dois períodos, de  1995 a 2001. Expositor com mais de 1.700 apresentações e mais de 30 trabalhos publicados. Membro efetivo do Conselho Superior da Federação Espírita Brasileira.Membro fundador (2003) e Presidente da AJE-ES – Associação Jurídico Espírita do Espírito Santo.

O conteúdo do texto é exclusivo e de responsabilidade do autor.


 

29/06/2018

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