A frase que intitula esta coluna foi utilizada dentro de um ambiente político, por Alcuíno de Iorque, o monge conselheiro de Carlos Magno, considerado o pai da Europa. Apesar das controvérsias esta frase é bem utilizada nos sistemas democráticos. Dentre as controvérsias, temos a questão da eleição proporcional que nem sempre se elege o que teve mais votos.
Mas, as controvérsias do sistema democrático não podem ser justificativas para que o eleitor vote irresponsavelmente, prejudicando toda uma comunidade. Por essa razão, o voto deve obedecer a princípios como o da responsabilidade e o da consciência crítica.
Não é incomum ouvirmos do eleitor que não vota em determinado candidato por não gostar dele. Pior são as justificativas, que por vezes vão pelo caminho da emoção, como alegar que o candidato nunca o cumprimentou. Daí surgem aqueles candidatos populistas, que tomam água no bico da torneira, mas que nunca geriu uma quitanda de banana.
É obvio que o candidato ao executivo, por exemplo, não precisa conhecer de tudo que envolve a Administração Pública, mas precisa saber o mínimo para tocar uma máquina gigantesca, como a de Guarapari, que envolve quase 5 mil servidores e um orçamento anual que pode chegar a 700 milhões em 2025.
Escolher e votar em um candidato somente pela empatia, não é só irresponsabilidade, é colocar em risco às áreas basilares da sociedade (saúde, educação e segurança), onde são atingidas, especialmente as classes D e E, que são as que mais necessitam do poder público.
Entretanto, engana-se quem acha que parte do eleitorado das classes D e E é a única que vota descompromissada com a sociedade e com a democracia. Nas classes A e B existem eleitores que não só votam, mas apoiam e financiam candidaturas despreparadas para assumir um mandato. Neste caso, não é só irresponsabilidade é uma insanidade e um desleixo com a cidade, como Guarapari, que precisa sair da estagnação de mais de uma década.
Segundo uma fonte da coluna, um grande empresário de Guarapari tem dito que apoiará uma candidatura que será anunciada em breve, no entanto o candidato a ser apresentado não reúne a menor condição de gerir uma cidade que possui enormes problemas, a começar pelo 73º lugar em renda per-capta dentre os 78 municípios capixabas, ou o último lugar em investimento por aluno na educação, leia a coluna:
Guarapari precisa avançar em muitas áreas e melhorar sua gestão orçamentária e financeira, além da necessidade de um plano de melhoria nas áreas da saúde e da educação. Lei a coluna:
As principais vias da cidade não suportam os seus fluxos e o crescimento desordenado, com as diversas invasões, é o grande gargalo da municipalidade.
Por essas e por outras, a população deverá votar em breve no próximo prefeito, só não poderá reclamar dos resultados, já que certamente alguém gritará em alto e bom tom: vox Populi vox dei; “a voz do povo é a voz de Deus”, será?
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