A Câmara de Guarapari possui no caixa mais de um milhão de reais e pretende usar esse dinheiro na compra de um prédio novo para os vereadores instalarem seus gabinetes. Essa informação foi divulgada pelo prefeito Edson Magalhães em discurso proferido na manhã de terça-feira, 18/09. Essa informação surpreendeu alguns vereadores, uma vez que a devolução do dinheiro para o caixa da prefeitura ainda não foi votada em plenário.
Alguns vereadores entendem que esse dinheiro poderia ser utilizado na retomada da obra do hospital cidade-saúde, mas o prefeito entende que a cidade precisa de uma nova casa para abrigar os gabinetes dos vereadores.
Nossa equipe apurou que a Câmara de Vereadores já possui um prédio próprio desde 1995, quando foi adquirido durante a presidência do ex-vereador Marquinho Borges. “Compramos esse prédio para que fosse construída a sede da câmara e um plenário. Na época, fizemos um comodato com a prefeitura e cedemos o nosso prédio para que fosse abrigada a secretaria municipal de Educação. Com isso, a prefeitura economiza 5 mil reais por mês ao não pagar aluguel do prédio, onde hoje funciona a Setac. Não sei se o momento é adequado para se construir um prédio para a câmara. Mas se a vontade dos vereadores for essa, o ideal é que ampliassem o prédio que compramos em 1995 e não não comprar um novo prédio”. Disse o ex-vereador Marquinho Borges.
Nossa equipe entrou em contato com os vereadores para saber o que pensam a respeito do anúncio feito pelo prefeito Edson Magalhães. Veja o que seu vereador respondeu:
“Não sei por que o prefeito deu essa declaração. Essa decisão deverá ser tomada pelos vereadores. O ideal é ouvir a população antes de decidir o que fazer com o dinheiro”.
“Os poderes devem ser independentes. Me preocupa o prefeito dar este tipo de declaração sendo que essa prerrogativa é do presidente da câmara. Ficou parecendo que quem comanda o legislativo é o próprio prefeito e isso não é bom para Guarapari e nem para o poder legislativo. Se os recursos do legislativo forem devolvidos aos cofres do executivo existem outras prioridades mais urgentes para alocar estes recursos como saúde, segurança e educação. Estamos entrando no décimo mês e continuam faltando remédios nas unidades de saúde, não temos a guarda municipal, os professores continuam sem alimentação nas escolas e creches, várias obras continuam paradas como a do hospital municipal. As prioridades estão invertidas e Guarapari continua pedindo socorro.”
“Este valor é resultado de muito arrocho e de economia na Câmara. Vejo como uma boa iniciativa a construção da sede própria do Legislativo, visto que um dos imóveis ocupados por este Poder é alugado, e o outro não comporta toda estrutura. Mas, sabemos que existem muitas carências em diversas áreas como saúde e educação que precisam ser sanadas.”