A empresa QUEEN está no epicentro do que pode ser um dos maiores escândalos do Espirito Santo envolvendo desvio de dinheiro público, falsificação de documentos, além de diversas outras fraudes no Município de Presidente Kennedy.
Porém, ao que tudo indica, o esquema se espalhou por outras prefeituras por influência de um deputado estadual e um deputado federal.
O coordenador do esquema apontado pelo “Laranja de Marataízes” é o empreiteiro Leonardo Rios, conhecido como Léo Goela, alvo da operação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO).
Um fonte revelou a nossa equipe que as fraudes envolveriam confecção de aditivos desnecessários para encarecer indevidamente algumas obras. Além disso, nossa fonte garantiu que há também fraude nos contratos de pavimentação, acarretando irregularidades nas liquidações, contando com a atuação direta do fiscal do contrato na colaboração das irregularidades.
Como opera a quadrilha
A empresa que venceu a licitação para asfaltar vias deveria aplicar uma camada de asfalto com cerca de 10 cm. Como o material é caro e onera os custos, a aplicação da camada de 10cm mais seria feita apenas no início e no fim de determinado trecho e, nos demais, a camada seria mais fina, possibilitando um ganho maior para a empresa que não desembolsaria o valor real e assim poderia “recompensar” agentes públicos.
No momento de realizar a fiscalização da obra, através de prévio ajuste, o fiscal mediria apenas os trechos “combinados” e pré-determinados pela empresa onde foi aplicada uma camada mais alta. Porém, o restante do trecho ficaria com uma camada menos espessa o que leva ao deterioramento mais facilmente, provocando assim um asfalto de menor qualidade conhecido como “asfalto c” por desmanchar com as chuvas.
Assim, haveria a burla ao contrato o que ocasionaria enriquecimento ilícito e suposto crime de modificação ou pagamento irregular em contrato administrativo.
Modus Operandi expandiu pelo Sul do Estado
Além de Presidente Kennedy, entraram no radar dos investigadores, contratos em Marataízes, Itapemirim, Anchieta e Guarapari, cidades onde o grupo que opera em Keneddy, também teria influência.
Em alguns municípios, através de lobbies feitos pelos deputados, esse grupo conseguiu indicar secretários e direcionar licitações, no mesmo modus operandi de Presidente Kennedy.
Ainda segundo nossa fonte, o “Laranja de Marataízes” deve prestar novo depoimento à DRACO, depois que o promotor de Kennedy declinou de participar da investigação.
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