Coluna de Opinião
Ricardo Rios
Guarapari é uma das cidades mais importantes de nosso Estado, principalmente em relação ao turismo, contudo, a cidade saúde parece está doente, diante de tantos sintomas de má gestão e do tratamento irrelevante dado à população.
Nas duas últimas colunas deixei exposto como a gestão Magalhães, desde 2007, se mostra estagnada em se tratando de desenvolvimento econômico e administrativo, pois os números apresentados demonstraram claramente que a cidade não cresceu nos investimentos em educação, saúde e, especialmente, quanto ao emprego e renda que houve uma acentuada queda.
Desta feita, para onde estão indo os recursos da cidade, que apresenta uma falibilidade na gestão dos serviços à população? Ao que tudo indica, para a área que menos precisa, ou seja, para o atendimento aos poderosos que veem suas propriedades supervalorizarem com investimentos em infraestrutura por parte da municipalidade, no que podemos citar como exemplo, a extensão da avenida Paris e os volumosos gastos em Buenos Aires.
Ressalta-se que não somos contra a tais investimentos, no entanto, quando o cobertor é curto, pouco adianta cobrir os pés e deixar a cabeça descoberta. Neste sentido, é aí que o gestor prova que realmente é bom, pois, deveria realizar investimentos que proporcionassem retorno econômico melhorando a distribuição de renda e aumento do emprego, sem se afastar de dar à população melhores serviços nas áreas vitais, o que não aconteceu na última década e meia.
E para piorar a situação, o prefeito tem a destreza de dizer que sabe o que faz, contudo, várias sãos as ações que mostram o contrário, a começar pela desapropriação de um prédio que consume infindáveis recursos públicos para se tornar a sede da prefeitura, seguida da eterna construção do hospital e na desapropriação de área para a construção da nova sede do município, que até hoje está subutilizada, estabelecendo-se o trino da má-gestão, isso para não ficarmos a enumerar outros fatos.
Não bastassem os números da estagnação desenvolvimentista e a má-gestão dos investimentos, ainda temos a inobservância dos anseios da população, pois, as ações do prefeito não tiveram o respaldo da população. Como afirmar isso? Simples! Segundo o art. 34 da Lei Complementar 90/2016, a gestão territorial da cidade deve ser participativa, ou seja, devem ser definidas a partir de debates, audiências e consultas públicas, obrigações totalmente desconsideradas pelo poder executivo, senão, onde e quando foi debatido sobre as desapropriações, construção do hospital, da rodoviária, do polo industrial e do PA do Ipiranga, por exemplo?
Noutra esfera, a Lei Orgânica de Guarapari em seu art. 31, estabelece que às Comissões Permanente da Câmara Municipal cabe a realização de audiências para o debate de determinadas matérias, bem como, convocar secretários para explanação dos assuntos em debate, o que não foi percebido nas alterações do PDM.
Esses descumprimentos dos dispositivos legais não é por que o prefeito sabe o que faz, é porque o povo, satisfeito com as migalhas que lhe são entregues, é legado à irrelevância.
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