sexta-feira, 22 de novembro de 2024 / 08:16
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Coluna de opinião: No meio do caminho tinha uma pedra

Coluna de Opinião

Ricardo Rios


O famoso poema do modernista Carlos Drummond, segue uma linha irônica contra o parnasianismo, que tinha uma ideia de bela arte, tendo como representante famoso o poeta Olavo Bilac. O poema só seria poema se atendesse um padrão de beleza e complexidade de versos, como no poema Nel Mezzo del Camin, por isso, segundo alguns críticos, o poema de Carlos Drummond era um sarcasmo a essa ideia.

Seja essa a interpretação dos críticos seja outra, o importante aqui é que vamos doutra figura de linguagem, a metáfora, comentando sobre os bastidores do mundo político guarapariense, discorrendo sobre a possível candidatura de Rodolfo Mai.

Se existe algo que o megaempresário sabe fazer é remover obstáculos para a construção de seus prédios. Ora é preciso demolir, escorar o terreno, retirar entulhos ou remover aquela pedra indesejada.

Na construção de sua candidatura, Rodolfo, acostumado a enviar seus engenheiros e máquinas para retirar as pedras do caminho, agora precisará de agentes políticos e partidos para retirar certas candidaturas que podem atrapalhar seu projeto, não arquitetônico, mas, eleitoral, de chegar à prefeitura de Guarapari.

As pedras no caminho do megaempresário, que deseja ser político, são quatro. Três delas se solidificando a cada dia e a outra que já planejou sua retirada. São elas, Rodrigo Borges, Wendel Lima, Gedson Merízio e Zé Preto, sendo esta última, a pedra que já se dispôs a sair do caminho desde que receba apoio para sua reeleição a deputado, independente se o empresário se eleger ou não a prefeito.

Na legenda do projeto de Rodolfo, as pedras estão bem identificadas, dentre as quais a GM, que é considerada pequena, podendo ser retirada a qualquer momento pelas mãos do engenheiro político Tyago Hoffmann, todavia, a aprovação para tanto passa por outro engenheiro, pós-graduado em formação partidária, Gilson Daniel, que não parece disposto a aprovar esta parte desse projeto.

A outra pedra que aparentemente seria retirada sem muito esforço, segundo o projeto estrutural da candidatura de Rodolfo, é legendada como WL, todavia, o que os engenheiros desse projeto não esperavam é que essa pedra estivesse tão firme no solo, principalmente depois do terreno receber a máquina MDB, que possui grandes nomes no Estado e quer voltar a ser protagonista.

A última pedra, legendada como RB, talvez nem se consiga mexer com ela, o que obrigará o grande empresário a modificar seu projeto arquitetônico adaptando-se à essa pedra no caminho, mesmo porque, os engenheiros já fizeram estudos in loco, e constataram que essa pedra está muito profunda e para retirá-la seria preciso usar dinamite, o que provocaria muito barulho e mesmo assim o resultado poderia não ser o esperado.

Pedra de cá pedra de lá, projeto daqui e projeto de acolá, o que está claro é que os estudos técnicos iniciais demonstram que para a conclusão desse projeto, Rodolfo precisará muito mais que engenheiros e máquinas, precisará dialogar, pois querendo ou não, existem pedras no meio do caminho, no meio do caminho existem pedras.

O conteúdo do texto é exclusivo e de responsabilidade do autor

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