Coluna de opinião
Guarapari passa por um período de “lacuna de lideranças”. Acostumado a ter uma disputa polarizada entre o grupo político de prefeito Edson Magalhães e um candidato de oposição, o eleitor da cidade-saúde terá que escolher entre os muitos candidatos que se apresentam para disputar a prefeitura.
Edson Magalhães está no segundo mandato e não pode disputar a eleição de 2024. Carlos Von está inelegível e também não poderá disputar as próximas eleições. Nesse cenário o melhor para a cidade seria encontrar um nome de consenso que pudesse dar um choque de gestão no município.
Um nome que conseguisse unir Direita e Esquerda, empresários da construção civil e da hotelaria. Um nome sensível aos problemas enfrentados pelo comércio e que pudesse cuidar do ordenamento da cidade que vive um caos na alta temporada. Guarapari precisa de um gestor que possa planejar a cidade para os próximos 20 anos e colocá-la no caminho do crescimento.
Os desafios são muitos e cada região possui suas peculiaridades, mas, comum a toda a cidade estão: o grande número de moradores em situação de rua, a diminuição no poder de compra do turista que visita a cidade, o caos provocado por ambulantes irregulares, a sensação de insegurança provocada pelos pequenos furtos, a necessidade de geração de novos postos de trabalho, o caos na saúde, a expansão imobiliária desordenada no interior, obras paradas nos bairros e o abandono do centro de Guarapari. Não são problemas fáceis de serem resolvidos e será necessária a união dos mais diversos grupos políticos que teriam que abrir mão de projetos pessoais para pensarem na cidade.
Sem Edson Magalhães e Carlos Von na disputa, eternos adversários, essa união passa a ser possível, mas para isso, Guarapari precisa de um nome capaz de unir em um mesmo palanque Gedson Merízio (Podemos), Wendel Lima (Sem partido), Dantas (Patriotas) e Bárbara Hora (PT).
Na opinião do colunista, o único nome com capacidade técnica para enfrentar os desafios e unir todos no mesmo palanque seria Rodolfo Mai (PP).
Zé Preto e Rodrigo Borges “limados”
Se Rodolfo Mai aceitasse o desafio de ser prefeito, naturalmente Zé Preto (PL) e Rodrigo Borges (Republicanos) estariam fora da disputa. A conclusão é simples: PL, Republicanos e PP formaram um bloco estadual e decidiram caminhar juntos nas próximas eleições. A prioridade do Republicanos – partido de Rodrigo Borges – é reeleger Lorenzo Pazolini em Vitória. O PL de Zé Preto não está satisfeito com a conduta do deputado que se alinhou a Tyago Hoffmann (PSB) e prometeu ao socialista que se conquistar a prefeitura vai apoiar Hoffmann para federal, traindo assim os candidatos do seu partido.
Outro ponto que faz o PL não querer a candidatura de Zé Preto é o fato do presidente do partido, Magno Malta, ter nos planos eleger o deputado Gilvan da Federal, Senador em 2026, e para isso vai precisar do apoio do PP, presidido no estado pelo deputado federal Da Vitória que, por sua vez, é padrinho político de Rodolfo Mai. Nessa linha de raciocínio, se Rodolfo aceitar disputar a prefeitura, Zé Preto (PL) e Rodrigo Borges (Republicanos) seriam “limados” da disputa.
O ideal para Guarapari
Rodolfo Mai (PP) prefeito com Gedson Merízio (Podemos) de vice prefeito em 2024 e Dantas e Wendel Lima como deputados estaduais em 2026 seria o ideal para a cidade. Guarapari teria um prefeito com capacidade técnica, Rodolfo Mai, um vice-prefeito articulado com o governador, Gedson Merízio e dois deputados que conhecem o parlamento e poderiam buscar recursos e obras para a cidade, Dantas e Wendel Lima.
O “cavalo arriou” pela segunda vez para Guarapari
Em 2008, a população de Guarapari teve a oportunidade de eleger Rodrigo Chamoun (PSB) prefeito com José Teófilo (PSDB) de vice. Na época os dois eram super secretários de Paulo Hartung e poderiam revolucionar a cidade. Em 2008, a população preferiu eleger Edson Magalhães e o resultado podemos ver na saúde do município, nas obras paradas e nos efeitos provocados no turismo. Em 2024, depois de 16 anos de Edson Magalhães, a população pode corrigir o rumo e colocar na cadeira de prefeito Rodolfo Mai (PP) com a criação de uma frente ampla por Guarapari. Basta Rodolfo aceitar, os pré-candidatos abrirem mão de projetos particulares e se unirem por Guarapari.
Marcelo Paranhos
Jornalista e cientista político