Na última sexta-feira (25/11), a cidade de Aracruz viveu momentos de terror depois que um adolescente (16) com roupas camufladas entrou em duas escolas e atirou nos alunos e funcionários, o que resultou em quatro mortes, além dos feridos. A Polícia Militar (PMES) foi acionada e solicitou apoio de outras forças de segurança para realizar o atendimento às vítimas e capturar o suspeito.
O governador Renato Casagrande retornou de uma agenda em São Paulo assim que soube do ocorrido. “Com sentimento de pesar e muita tristeza, estou acompanhando de perto a apuração da invasão na Escola Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral, Aracruz. Todas as nossas forças de segurança estão empenhadas. Determinei o deslocamento dos Secretários de Segurança e de Educação para acompanhar os trabalhos”, declarou o governador nas redes sociais.
Em algumas horas, a operação integrada localizou o rapaz que estava com sua família, em uma casa de praia localizada no bairro Mar Azul, Aracruz. “Lá, encontramos o adolescente, que de início negou seu envolvimento no crime, mas posteriormente admitiu a autoria após apresentarmos as provas que coletamos com as outras forças de segurança. Com isso, realizamos as buscas, apreendemos os objetos utilizados na ação criminosa e deixamos a ocorrência aos cuidados da Polícia Civil, que assumiu depois da apreensão”, relatou o tenente Farias, da Polícia Militar.
De acordo com as primeiras informações levantadas pela Polícia Civil (PCES), o crime pode ter sido motivado pelo bullying que o adolescente alega ter sofrido na escola. O menor afirmou que planejou a ação durante dois anos e que aproveitava os momentos de ausência dos pais em casa para manusear as armas de fogo que pertenciam ao pai, que é policial militar, as mesmas utilizadas para cometer os delitos.
Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Aracruz, André Jaretta, que está à frente do caso, o adolescente fazia acompanhamento psicológico e tomava medicações, porém, era muito distante da família. “Os pais não sabiam de nada do que estava acontecendo. Eles explicaram que ele ia ao psicólogo, ao psiquiatra e fazia uso de medicação, porém, ele nunca se abria com ninguém e era muito distante da família. Ele não tinha uma relação de amizade nem com o pai e nem com a mãe”, explicou o delegado.
O adolescente foi autuado em flagrante por atos infracionais análogos aos crimes de homicídios consumados e tentativas de homicídios. Ele foi encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) e a investigação segue em andamento.