Política em um minuto – 01/11/2022
O governador Renato Casagrande (PSB) foi reeleito democraticamente com pouco mais 53% dos votos válidos. Essa é uma vitória incontestável, mas que merece uma análise mais aprofundada.
O não supera o sim
Para o dia da votação 2.921.506 mil eleitores estavam aptos a votar segundo dados do TSE. Casagrande foi eleito com 53,80% dos votos válidos que correspondem a 1.171.288 mil eleitores. O candidato Manato recebeu 46,20% dos votos válidos, que correspondem a 1.006.021 mil eleitores. Em uma conta simples identificamos que dos eleitores aptos a votar, 599.513 (20,55%) mil eleitores resolveram se abster do processo eleitoral e negar o votos aos dois candidatos.
O não
Somados os 46.259 mil votos brancos (1,99%), os 94.782 mil nulos (4,09%), os 599.513 mil que não compareceram à votação (20,55%) mais os 1.006.021 mi votos de Manato (46,20%), chegamos a um total de 1.746.575 mi de eleitores que não votaram na reeleição de Casagrande.
72,83% em um estado majoritariamente Bolsonarista, o governador Renato Casagrande vai precisar dialogar com a população e mostrar que pode ser o governador de todos.
Mudança de postura
Renato Casagrande sempre foi um homem de diálogo, esse é o entendimento de grande parte do meio político, mas no segundo turno foi para o embate com Manato e adotou um discurso de ódio. O fato mais emblemático dessa mudança no discurso foi no episódio dos ônibus queimados quando o governador se distanciou do discurso socialista e ligado aos movimentos populares e disse que: “vão sair em sacos para o IML”.
E a comunicação?
No meio político, a percepção é que o governador precisa de uma mudança drástica na sua comunicação. Uma nova forma de dialogar com a população capixaba e com os setores da sociedade se faz necessária. Com um mandato distante dos veículos independentes e próximo das grandes redes, Casagrande precisa mudar sua estratégia para atingir os eleitores bolsonaristas que rejeitam os veículos de comunicação tradicionais que se posicionaram contra Jair Bolsonaro. Se não mudar essa postura, terá dificuldade em alcançar os eleitores que disseram não à sua reeleição. Renato precisa de uma estratégia para dialogar com os eleitores que votaram no seu adversário e também com os eleitores que preferiram não participar do processo eleitoral.