Política em um minuto – 12/12/2021
O poeta romano Juvenal, conhecido como o satírico indignado, perpetuou Otávio Augusto, primeiro imperador romano, como criador da política de pão e circo. Estratégia essa utilizada por políticos romanos para desviar a atenção do povo através de espetáculos gratuitos e farta distribuição de pão.
As arenas capixabas
As arenas romanas foram adaptadas em terras capixabas se utilizando da política do pão e circo para desviar a atenção do que acontece nos bastidores. Shows, queima de fogos e praças de alimentação são montadas em arenas metálicas como forma de oferecer ao povo diversão gratuita.
Como criticar um evento lúdico onde toda a família pode se divertir?
Nas arenas metálicas, as famílias encontram o melhor da culinária capixaba ao som da melhor música capixaba. Nas arenas metálicas, podemos degustar um bom vinho, experimentar um bom queijo e comprar o melhor do artesanato capixaba.
Então, qual o problema?
Quando o brilho dos fogos se apaga, quando o som das bandas silencia e os artesãos esvaziam os estandes, tudo que sobra é uma grande estrutura metálica que representa o que de pior existe nos bastidores dos eventos: a comilança de empresários e políticos.
Circo mambembe
Enquanto operários empilham ferros e tapumes, que serão transportados a outra praça com o argumento de divertir o povo, percebemos que se trata de um “circo mambembe” controlado por empresários e autoridades públicas que circulam em seletos grupos que se protegem em forma de alcateias.
Olhares atentos
Em algum momento, um olhar mais atento, vai perceber que os “coliseus capixabas” servem a outros objetivos e que agricultores, empreendedores e artesãos são usados como gladiadores que batalham pela sobrevivência enquanto políticos e empresários colhem os louros da vitória.
Em terras capixabas, as arenas metálicas se tornaram uma nova ferramenta da política do pão e circo.