Profissionais e pesquisadores de Comunicação participaram do Simpósio realizado nos dias 18,19 e 20 de setembro, que celebrou 18 anos da TV Assembleia e 15 anos da Secretaria de Comunicação da Ales.
A ex-ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas abriu o evento (18/9) com a palestra sobre “Comunicação Pública: para onde estamos indo?”. A jornalista citou que os conceitos privado, estatal e público da radiodifusão estão previstos no artigo 223 da Constituição Federal. “Os três sistemas devem existir e devem se complementar; aqui (no Brasil) a TV pública ainda é fraca, porque nossa televisão começou como privada; mas na Europa, onde as TVs públicas deram início ao processo, isso se consolidou e lá o sistema público é muito forte, haja vista a BBC (rede de rádio e TV) na Inglaterra”, disse. A ex-ministra disse ainda que os comunicadores do sistema público precisam falar com todos os públicos e além de buscar audiência, produzir programas com qualidade e que atraiam as pessoas.
Um dos assuntos tratados no Simpósio foi “novas mídias, novas linguagens” que aconteceu na quinta-feira (19), na Mesa-redonda mediada pelo professor Dr. José Antônio Martinuzzo (Ufes) com os jornalistas Daniel Adjunto (SBT/Youtube), Elaine Silva (Rede Gazeta), Zelita Viana (TV Assembleia) e a professora Dra. Ruth Reis (Ufes) como debatedores.
A professora e pesquisadora Ruth Reis falou sobre a mudança na comunicação, o uso das rede e a atuação dos algoritmos. “Muitas pessoas começaram a produzir comunicação e hoje existe abundância de informação. Há oportunidade e precaridade num sistema que se configura em rede. É preciso também problematizar a questão dos algoritmos, como e por que essas máquinas direcionam os conteúdos e atuam na formação de bolhas nesse ambiente virtual onde a entrada de conteúdo é exponencial”, afirmou Ruth Reis.
O professor e jornalista José Antônio Martinuzzo destacou a importância de se pensar no coletivo diante de conteúdos cada vez mais customizados. “A Comunicação de massa e seus processos surgiram num tempo de avanço tecnológico e avanço das democracias. O jornalismo se constitui como produto para informar aos cidadãos. O que está colocado hoje é a vida do individualismo, a customização da informação, com a necessidade da viabilização da vida em comunidade, ou seja, indivíduo versus cidadão. Esse é um dilema de quem pensa e faz comunicação”, disse Martinuzzo.
O Jornalista Daniel Adjunto falou sobre a necessidade de buscar cada vez mais informações sobre aquilo que as pessoas querem. “As redes sociais particularizam os interesses das pessoas. Hoje não há certa obrigação como no rádio e na TV. Os comunicadores se adaptam e buscam transmitir a melhor informação para esse público”, comentou Daniel.
Também participaram da mesa Zelaine Silva, Jornalista, editora-chefe da Redação A Gazeta/ CBN/ Gazeta Online e Zelita Viana, Jornalista, especialista em Comunicação Pública e Jornalismo Político e hoje é editora do Jornal Panorama, da TV Assembleia. “A comunicação pública fala para o cidadão independente se estiver falando nos meios de comunicação de massa ou nas novas mídias, a questão é a mesma. O bem que ele vai adquirir é conteúdo para que tenha condições de refletir”. Afirmou Zelita.